Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 27 de julho de 2013

Escrituras

O vento sopra porta adentro
Vejo teu vulto na cama
Não te arranco do pensamento
Teu lascivo olhar me chama
E destrói gota a gota
O que eu tinha de juízo
Chupar tua língua, beijar tua boca
Chegarmos juntos ao paraíso.
Durante o caminho arrancar gritos
Ao descer a mão pelo teu corpo
Morder teus lábios, lamber teu rosto
Para fazer valer o que estava escrito.
Em qualquer tábua de amor intenso
Viver contigo é tudo o que penso
E que seja para a vida inteira
Minha loucura mais verdadeira.



OBS: Post do dia 25/07/2013

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