Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Oposições

Posições opostas:
Oposições!
Supostas divergências
Rasgam a existência.
E nos colocam frente a frente 
De nós: em posições opostas!

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Oferenda

Oferto-me
A ti
Neste altar das ilusões!
Desilusões 
Diminuem a entrega
Minguada
A se esvair
Quando não nos damos tréguas.

Poema do dia 15/09/2024

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domingo, 15 de setembro de 2024

Diga

O quê te intriga?
Diga!
Porque se não disser
Fica só na intriga 
Na inveja
Na falta de entrega:
Algo que verga
Qualquer relação!

Poema do dia 14/09/2024

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sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Vivo

É bom sentir 
Até sem ti
Que se está vivo
Assim como vivo.
Sem ter você perto 
É tudo incerto 
E sem existir
Melhor sentir!
Por isso, sinto
Coisa de instinto
Esse jeito de ser
E de te querer.

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De longe

Vejo você
De longe
Quero você 
De perto!
Não te tenho 
Nem de longe
Nem de perto.

Poema do dia 12/09/2024

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quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Mente

A semente de todos os males
E de todos os bens:
Nossa mente!
Vai, volta
Aprisiona-se
Solta-nos:
Numa dança de viagens:
Em quaisquer paisagens.
Conhecidas ou não
Nosso melhor avião:
A mente. Solte-a!
Solte-se! E voe!
Ao infinito limite da mente!

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terça-feira, 10 de setembro de 2024

Modos

Já jeitos 
De se olhar o mundo 
O dos outros é superficial
O seu, sempre profundo.
Há modos 
De se falar em moda
Quando a moda,
É falar dos outros!

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segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Irreal

Pode ser real
Também pode não ser
Nosso jeito final 
De as coisas não-fazer!
E se não forem feitas
Não existiram!

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Vazio

Tire-me o foco
Deixe-me oco
Sem nada
Sentado à beira
Da estrada
Vaga!

Poema do dia 08/09/2024

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sábado, 7 de setembro de 2024

Em carne viva

Meu peito ficou
Em carne viva 
Quando você me deixou
À deriva!
Sangue a explodir
Dos poros a sair
Pelos olhos a descer 
De tanto te querer!
Aqui não vivo:
Sobrevivo
A sangrar a vida
Por esta carne viva.

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sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Acasos

Acontecem acasos
Ou somos feitos de casos
Causos e causas não explicadas?
Não sei, se por acaso,
Ou com descaso
Os acasos, foram casos
Em minha vida!

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Omisso

Sem nenhum compromisso 
Segues omisso
A ver o irmão morrer de fome!
Isso tem nome
Se a dor do outro
Em ti não dói
Tua humanidade se destrói;
Ficas omisso
Tens compromisso
Apenas com o que constróis.

Poema do dia 05/09/2024

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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Amor de raiz

Sonhar
A utopia faz da vida
Amar
Lenitivo para a dor
Nascer
Dia após dia
Viver
Milionésimos de segundos 
Vale o agora;
Ser feliz: eis o amor de raiz!

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terça-feira, 3 de setembro de 2024

Vielas

Quando a quero 
Difícil encontrar 
Se você me quer
Não quer confessar.
E a vida segue
Se fluxo normal 
Embora me negues 
Um encontro casual!
Nossas caminhadas
Só são paralelas
Nossas estradas
Viraram vielas!

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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Cale-se!

Cale-se!
Você não sabe a dor
Que aleguém carrega
Em um cálice de vinho
Um copo de uísque
Ou um gole de cachaça!
Cálice que seja
Até na dose de cerveja!
Cale-se sempre 
Se a dor do outro não te incomoda!

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domingo, 1 de setembro de 2024

Sensível

A sensível
Sensação 
De ser sensível 
Ou não!
Liberta a opressão 
De ser pressionado
Pela insensibilidade 
De quem se diz
Infeliz!

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Herança

Lembranças
Saudades 
Herança:
De um amor mal-resolvido 

Poema de ontem, dia 31/08/2024

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