Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Escolhas


Fazemos escolhas
Às vezes, tolas
Elas dizem o que somos
E o que seremos.
Até o que queremos
E não podemos ter
Como eu que tanto que quero
Mas, não posso ter você.


domingo, 29 de setembro de 2019

Gemidos


Não faz sentido
Esquecer o vivido
Sua boca me fez
Perder a sensatez.
Quando de fato
No nosso ato
Você me tocava
Enquanto eu gozava.
E assim o fez
Mais de uma vez
Perdi os sentidos
Em meio aos gemidos.


sábado, 28 de setembro de 2019

Meus dias


Às vezes, nublados
Outros, ensolarados
Meus dias normais
Nem sempre são iguais.
Carrego uma saudade
Da nossa verdade
Sem nenhuma ira
Hoje parece mentira.
Espero que não o seja
E que você me veja
Que de nós não esqueça
E que eu te mereça.