Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 31 de janeiro de 2016

Viva

Como fazer para seguir
Após chegarmos a sentir?
Na lembrança o tempo todo
Está o nosso intenso gozo.
Não consigo pensar em nada
Parece conto de fada
Nossos gemidos e urros
Naquele quarto escuro.
Gozo maior nunca vi
Prazer igual jamais senti
Igual a ti não há mulher
Sou feliz, você me quer.
Vives viva e em mim
Personagem de folhetim
Amor que não tem juízo
Enfrenta qualquer perigo.
Prazer que não tem igual
Parece até sobrenatural
És um presente de Deus
Viva nos momentos meus.


sábado, 30 de janeiro de 2016

Segredos

Encontro-me aqui
A lembrar de ti
Dos nossos momentos
Sempre tão intensos.
Da forma como te apossas
De todos os meus segredos
Ao enterrar como gostas
Quaisquer dos teus dedos.
As minhas narinas
Transformas em crinas
Quando sou teu cavalo
E em ti me instalo.
Somos um do outro
De cavalo a potro
Nada é proibido
Se estou contigo.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Flutuar

Flutuar é estar contigo
Superar todo o perigo
Não negar que o tesão
Acelera o coração.
Bate forte até a alma
O espírito não se acalma
E quanto mais nos tocamos
Um ao outro mais desejamos.
Uma loucura começa
A dominar nossos corpos
E não há nada que impeça
Fazemos sem o menor remorso.
Um amor que não em fronteiras
Não se importa com as asneiras
Importa-nos é flutuar
Sagrado é o ato de amar.