Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 6 de março de 2025

Raizes do canto

Sob o sol de Acra, um estandarte flameja:  
vermelho, ouro, verde... A liberdade é espelho.  
Os tambores contam o sangue derramado,  
um povo que virou raiz de seu passado.  
Sorrisos brancos, como pérolas na areia,  
o dentista afia a luz que o tempo semeia.  
Gana, hoje, é verso no mapa desenhado:  
um hino de terra, por fim emancipado.  


Dia da Independência de Gana : 1956-Libertação do colonialismo britânico.


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Chama na penumbra

Na Cornualha, o santo ergueu sua cruz negra,  
sobre areias que o estanho da terra segrega.  
Nas minas, ecoam martelos e cantos,  
histórias que o granito guardou por tantos.  
O absinto, verde fantasma em taças de prata,  
invoca fadas nos copos... Quem as retrata?  
São Piran ri na névoa, entre mito e labuta:  
a fé é um poema que a terra transmuta.  


Poema do dia 05/03/2025 Dia de São Piran, padroeiro dos mineiros na Conualha


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Pontuação no tempo

No papel da manhã, as vírgulas pousam, 
entre suspiros de vento que o marfim acusa. 
As palavras dançam, traçando espirais, 
enquanto o ponto final vigia os sinais. 
O verbo é um rio, a metáfora um laço,  
a gramática tece o mundo num abraço. 
Erros? São folhas que o outono não colhe: 
no verso, até a falha tem sua “folhe”. 


Poema do dia 04/03/2025 Dia da gramática nos Estados Unidos


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segunda-feira, 3 de março de 2025

Flores

Flores emitem sinais de odores
Que podem ser de amores 
Também podem ser de dores
Ou nada de tenores.
Vozes que no encantam
Com o tamanho do canto
De canta ao longe 
Algo que não se esconde.
Você floresce ao amanhecer 
Como se fosse meus querer 
E eu te quero muita flor
Para que sejas meu amor.

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domingo, 2 de março de 2025

Fantasias

Fantasias se misturam
Com a densa realidade
No Carnaval de imagens 
O que será verdade?
Pouco importa a verdade
Neste mundo de ilusões
Vale é a intensidade 
De viver as emoções.
Quer seja no Carnaval 
Ou em outro tem qualquer 
Nossa maior festa pagã
E viver o que se quer!

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sábado, 1 de março de 2025

Mistério

Teus olhos transbordam mistério 
Nestes lábios canudos de pecado
Pecado maior e eterno
É não te ter ao meu lado.
Quando me olhas a sorrir
Naquela foto qualquer 
Passo de novo a sentir 
Que mais te quero mulher.
Fruto proibido, paraíso perdido
Que com o tempo não se esvai
Sensualmente profundo sorriso
Tua alma em teu sorriso sai.


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Imagens

Imagens perfilam-se,
E desfiam na minha frente
Como a grandeza da mente
Cria e recria momentos!!!
Que são meus
São teus:
Da vívida vida vivida!


Poema do dia 28/02/2025


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