Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 30 de junho de 2018

Processo


Vida não é só nexo
Nem sexo.
É um complexo
Processo
De interações.
Mas, vida sem sexo
Nem nexo.
É um amontoado da razão
Vazio de emoção:
Conjunto de regras
Para reprimir o tesão.


sexta-feira, 29 de junho de 2018

Atroz


Quando você digita
O copo se agita
Se ouço tua voz
É, ainda, mais atroz
O corpo se refaz
A ama se contrai
De novo, quero mais
Você de mim não sai.
Nem se como entras
E assim se sustentas
TUDO é mais divino
Se estou te sentindo.
A saudade me dói
Quando você destrói
Gostas de esperanças
Que estão nas lembranças.
Vejo-me de novo
Como o teu estorvo
Não sabes me esquecer
Mas, não queres me ver.


quinta-feira, 28 de junho de 2018

Perdidos


Temos algo em comum:
Do tudo para lugar nenhum
É como caminhamos
Desde que nos amamos.
Na primeira vez,
Perdemos a sensatez
Em meio a tanta dor
Ficamos perdidos de amor.
Desde então, perdidos fico
Pelo TUDO que me dedico
A um amor que é ilusão
Pois não a tenho à mão.
E fico nesta agonia
Perdi a minha alegria
És dona de toda a tristeza
Desculpe-me a franqueza.