Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Você

Sem você 
Meu eu
Não tem espírito:
Sobrevivo
Mas, não vivo!
Porque em mim
Você é você!

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Evoco

Todos os santos 
Todos os deuses
E cada orixá 
Que venham cá!
E me protejam
De qualquer olhar
Seja de pimenteira
Ou de zoeira.
Que me protejam
Do mal desejo 
E só me entreguem
Gostosos beijos.

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Iludido

Vivo iludido 
Com este sorriso
Que evoca 
Uma passado recente.
Que a gente sente 
Mas não pressente
O que há de perigo!
Sigo!
Sem ti!
Sem volta!

Poema do dia 14/10/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Canto

Meu canto
Eu canto 
Até no desencanto
Do meu acalanto!
Meus desencantos
Não dão em prantos
Porque de fato
Neste ato
Sou um pacato
Ser sensato!

Poema do dia 13/10/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

sábado, 12 de outubro de 2024

Descoberta

Saio do ventre
Medo de vento
Qualquer barulho
A mim apavora.
Quero viver
A descoberta
Tocar o mundo
Com o que me resta.
Da criança que fui
Perdi o elo
Na sabedoria,
Eu me esfacelo.

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Orfandade

Sinto-me órfão
Em cada ato
Como se estivesse
Em orfanato.
Vivo fechado
Ensimesmado
Já não encontro 
O meu passado.
Tenho um futuro
Pouco seguro
Por estar só 
Solidificado.

Poema do dia 11/10/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Respeito

Tenho respeito
Pelo que vem do peito
Nem sei onde bate
Este coração desvalido.
Informado
Por não ter vivido
O que queria
Viver contigo.

Poema do dia 10/10/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Nuvens

Estive nelas
Há pouco:
Que sufoco!
O passado de aço 
Rangia inteiro
Área de instabilidade 
Mais turbulência 
E a mente voa
Mais que o avião.
Único pedido 
Ao Pai e ao piloto
Segura firme esta mão 
E põe ele, suavemente,  no chão.


Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Reflexos

Faço poemas?
Nem sei se os faço 
Ou se feito deles
E das vivências
Que se refletem 
Nas minhas presenças
E ausências.


Poema do dia 08/10/2024


Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Deusas

Deusas são esposas
Dos deuses
Da terra
Da guerra.
Deusas são pessoas
De carne 
De osso
Nada exposto
Pois, deusas não aparecem
Poema do dia 07/10/2024
Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Deusas

Deusas sãos as mães
Dos deuses
Da gente
Dos parentes e aderentes!
Deusa são inatingíveis 
Sensíveis 
Sentem as dores da gente
Sigamos em frente 
Sem deixar que a dor 
A nos arrebente!

Poema do dia 06/10/2024

Siga-me no Instagram!

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Versos

Versos
Sem nexo
Às vezes,
É o que faço!
E se ultrapassar
As barreiras do universo 
É porque meu verso
Não tem nexo!

Poema do dia 05/10/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Há de haver amor
Onde plantam dor
Há de haver flores 
Onde só falam de dores.
Há de haver vida
Até na maior ferida
Que resiste carcomida 
Dor que dói sem ser sentida.

Siga-me no Instagram: gilson _vieira_monteiro 

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Via

Eu te via 
Mas não sabia quem eras
E se te via
Pouco sabia da fera.
Que tens em tudo
Capaz de criar mundos
Arquitetura universal
Desenhos de fel e sal
Dissipadas energias
Hoje te enxergo: não te via.

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Dualidades

A vida é mel e fel
Terra e céu 
Dualidades dissipadas 
Que se encontram
Em qualquer calçada.
Seja à noite ou na madrugada 
Vale tudo se você for amada.

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Dignidade

É preciso entender 
Que viver não é sofrer 
Se fere a tua dignidade 
Até para enfrentar a mentira.
Faça da vida um encanto
Encante que te encanta
Dê uma face, se te atacam
E devolva só amor
Se a ti derem rancor!

Poema do dia 01/10/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Na paz

Estou em paz 
Pela paz que você me traz
Ainda que estejas distante 
É nada seja como antes.
Vale a paz que você me traz 
Mesmo quando a levou!

Poema do dia 30/09/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro

Tempero

Há diferença:
Tempero ou tempero?
Tempero ou tempero?
Tempero é substantivo 
Tempero é verbo:
O que uma entonação não faz,
Na hora de se temperar a fala!

Poema do dia 29/09/2024

Siga-me no Instagram: gilson_vieira_monteiro