Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Quê

Um quê de quero
É o que espero
Quando tu vejo
E a ti desejo.
Quê de paixão 
Ou será tesão?
Que assim o seja
Desde que me vejas.
Mas, se não me enxergas 
A ti desejo ver
Se teu corpo me nega
O meu, deseja você.

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domingo, 1 de dezembro de 2024

Uuuuhhhh!

Uuuuhhhh! Uuuuhhhh!
Intermitente a se aproximar
Uuuuhhhh! Uuuuhhhh!
É o barulho do mar!
Música de mim sinfonias
De tristezas e alegrias
A maré é que determina
A tua ida ou vinda.
E nesta dança a água se dobra
Iemanjá em ti se desdobra
Com sua força de mãe das águas 
Lava a tua alma de toda mágoa.

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