Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 29 de abril de 2025

Única

Acordo pensando em ti

Durmo a pensar em nós dois

Vivo deo forma icônica

A pensar que você é única.

Única és e eu anseio

Ao ver na foto, teu seio

Que não se mostra, nem se esconde

Onde o vejo, não sei onde!

Única és após tanto tempo

E eu já não me contento

Em olhar para a fotografia:

Será minha alguma dia?

Única dúvida que tenho

Na unicidade do desejo

Quero-te nos braços e me empenho

Em ser real o que vejo.


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segunda-feira, 28 de abril de 2025

Semear

Deixe florescer

Sementes do viver-bem-viver

Queira bem a alguém

Até que você não tem.

O que te fere

Talvez não doa

Porque na hora de semear

Feres a terra até brotar.

Resista, não desista

Se ela não disser sim

Porque o bem que ela te faz

Não precisa pedir mais.



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domingo, 27 de abril de 2025

Suficiente

Se não for suficiente pra você 

Não tenha vergonha em dizer

Melhor cair na realidade

Que viver de saudade.

Você e o que preciso

Um pedaço do paraíso

Mas se você não quiser

Jamais serás “minha mulher”.

Nem quero que assim o seja

Se você não me deseja

Não quero um amor doente

Se, pra você, não for suficiente.



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sábado, 26 de abril de 2025

Fantasia

Às vezes penso que é sonho

Uma mera fantasia

Você na minha vida:

E eu a te dar alegria.

Será que devo acreditar

Neste presente da vida

Ou ficar a duvidar

Que posso te ter, querida!

Ao te dizer “meu amorzinho”

Entrego todo o meu carinho

És a razão da alegria

Na minha ilha da fantasia.



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sexta-feira, 25 de abril de 2025

Tempestade

A chuva intermitente

Cai la fora, agora.

Você intermitente

Tomou conta da minha vida agora.

Aqui dentro ou lá fora

A tempestade me apavora:

A de chegar e não te encontrar

A esperar por mim

Com este sorriso de flor

Do desejo,

Do amor.


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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Re-ações

Minhas reações

Às tuas ações

Transbordam emoções:

Intensas insinuações.

Você se insinua

Desejo-te nua

Diz: “só mostrei o vestido”

Foi de modo atrevido!

Talvez, não

Apenas uma reação

De todas as ações

Que chegaram fortes

A mover corpos e corações.



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quarta-feira, 23 de abril de 2025

Nos olhos

Doce, meigo sorriso de mulher

Esguia imagem dos olhos

Como quem ainda quer

Esconder segredos de o quê quer.

E eu ali sem saber

Até o que dizer

Transbordo-me em afetos

Para ver se te afeto.

Difícil é conter o desejo

Que revelam teus lábios

Desfilas quando caminhas

Nos olhos, na minha retina.


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Recomeços

Chego a pensar que é sonho

Ainda inseguro com tudo

Contudo, em cada verso

Mais te reconheço.

Vivemos de recomeços

De o quê nem começamos

Ah vida, para ser vivida

Enquanto ainda vivemos.


Poema do dia 17/04/2025


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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Encantos

Em cantos do quarto
Da sala, da cozinha
Da casa…
Nada nos abala!
A distância é imensa:
Territorial, de idade,
O que nos separa:
É quase uma eternidade!
Ainda assim,
Teimamos em nos unir
Em viver um tiquim 
De o que poderá vir!
Nem que seja em um canto
Meio que por encanto
Beijo fingido que é roubado
Amor de perto, de longe: encantado!

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domingo, 20 de abril de 2025

Identidades

Às vezes, pareço incrível
Outras vezes, desprezível
No jogo de cara ou coroa
Só uma cara da moeda é boa.
Nem todo dia o riso
É sinal de muito amor
Há dias que preciso
Esconder a minha dor.
Amor e ódio se movem
Como nos movemos no mundo
Um assume a identidade do outro,
Em menos de um segundo.

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sábado, 19 de abril de 2025

Leveza

Mistura de felicidade
Temperada com leveza 
Pitadas de saudade
É assim que me vejo.
Ao me ver em teus braços 
Acolhido em um abraço 
Que jamais imaginei ter:
É um sonho ter você?
E neste meu devaneio
Tiro a roupa, toco o seio
Acordei, era delírio
Ainda não estou contigo.

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sexta-feira, 18 de abril de 2025

No espelho

Abril, no espelho,  

Vê sua face

Entre flores .

O pó e o tempo:  

Velho mágico,

Risca o papel,  

E guardo os versos

Que ninguém leu  


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Tulipas

Tulipas no vaso

Da escada,  

Cada curvada

Um ponto final.  

A lua, cética, perguntou à madrugada:

Pelo dia que não vinha.


Poema do dia 17/04/2025


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Cerca de arame

Pássaros pousam

Na cerca de arame,  

Discutem o rumo

Das nuvens ao sul.  

O sol apagou o reclame,  

E o crepúsculo veio

Para pintar tudo;

Do mundo! 


Poema do dia 16/04/2025


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Vidro de sala

Quinze gotas

Espalham-se 

Pelo vidro da sala,  

Cada uma escorre

Como um verso à toa.  

O dia, poeta triste,

Rasga a cartela,  

Dos pedaços de luz de aurora.  


Poema do dia 15/04/2025


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Maçãs verdes

Quatorze maçãs

Verdes no pomar, 

O vento as balança,

Ensaia um dança.  

A lagarta sonha

Com asas

Antes de a folha cair.  


Poema do dia 14/04/2025


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Descalço

Treze: número do azar?

Dá azar? Mentira:

O rio sabe disso,  

Segue descalço,

A cantar baixinho.  

Uma garça parou 

Na margem mais franca, 

Branca.

O tempo, mansamente,

Fez-se carinho.


Poema do dia 13/04/2025


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Doze estrelas

Doze estrelas caíram

Como se fosse o dia da mentir

Papoulas rubras

Surgiram no trigal

Doze estrelas de abril

Como criança atrevida:  

Inventam constelações

No meio da vida  


Poema do dia 12/04/2025


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Assobios

Onze dias

Assobiaram no bosque

Doce canção.

Fautas de bambu

Desenharam uma canção

Indecisa entre ir ou ficar,  

Versos são desenhados

Nos lábios, sem tu.  


Poema do dia 11/04/2025


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Confissão

Dez horas da manhã:

O jardim se confessou,  

Entregou às abelhas

Seu mais doce mel.

O musgo sorriu

Sem mostrar os dentes

Confessos dentes

De emoção.


Poema do dia 10/04/2025


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Gotas de orvalho

Novas gotas de orvalho

No fio da teia,  

O sol as beijou,

Transformou em cristal.  

Como um ourives,

Poliu a ideia,  

E eu vi o tempo passar:

Tão leve, tão igual.

Tão gotas de orvalho.  


Poema do dia 09/04/2025


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