Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 20 de março de 2011

Mansamente

Você chega
Ofegante
Respirante
Insinuante.
Insinua antes
Beija depois.
Olha para um lado
Para o outro
Beija meu rosto
Abraça meu corpo
Deixa-me louco.
Toca meus lábios
Acende o todo
Adormeço
Nas chamas
Acordo morto.

2 comentários:

  1. Bom dia professor Gilson! Sou suspeita pra escolher um só, pq gosto de quase todos. Mas esse é um dos meus prediletos. Parabéns!!! Quanta inspiração.

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  2. Bom dia! Sou super suspeita pra falar, pois quando era adolescente tentei ser poetisa (rss), mas gosto de quase todas as suas criações. O de hoje é um dos meus prediletos. Parabéns pela inspiração!!!

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