Quero assumir novas
identidades
Aceitar veleidades.Não me importar com idades.
Nem pra mais, nem pra menos.
Quero saborear o veneno
De te deixar sobre o feno.
Num amor sem limites.
Fazer parte das elites.
Comer caviar, tomar uísque.
Esquecer cerveja e cachaça.
Sorver óleo de linhaça.
Esticar as rugas do rosto.
Rir da tua cara com gosto.
Fazer do Twitter um entreposto
Do aulicismo cego
Que massageia o ego
De quem nunca botou um prego.
Numa barra de sabão.
Que não revela o que tem.
Que diz sempre ser do bem.
Nem que seja do bem bom.
Ser um inescrupuloso
Que abusa do povo.
Sem mostrar um rumo novo.
Só com papo e ironia.
Ilusão e hipocrisia.
Ficar nessa homilia
De te enganar dia a dia.
Político-profissional
Acima do bem e do mal.
Ser esse ser abjeto?
Nem mesmo em verso ou prosa.
Meu sonho mesmo é levar.
Sempre uma vida honrosa.
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