Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Machismo


Se te quero ou não
Pouco importa a decisão
Mais vale o teu desejo
De querer meu beijo.
Assumo meu machismo
E todo o meu egoísmo
Minha vontade de te dar prazer
Independente do meu querer.
Sou animal sexual
Que se entrega inteiro ao ritual
Do prazer e da emoção
De me fazer teu homem
E de você ser meu tesão.
Nesse delírio extremo
Não me importo com o futuro
Vale mais o ato seguro
De te ter em minhas mãos
Como se o amor fosse canção
A embalar nossos desejos.
Pois se ele é teu em um beijo.
Correspondo em emoção
Ainda que meus urros de amor
Sejam pura ilusão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário