Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Um dia

Pode parecer que não tenho juízo
Mas, hoje, sem você não vivo
Embora viver esta paixão
Às vezes seja como uma ilusão.
Não te tenho nem posso ter
Na hora que vem o querer
Se eu quiser esta alegria
Espero sem tem um dia.
Como é que aguentei?
Até quando esperarei?
Um dia sei que chegará
Não irás mais me deixar.
Enquanto este dia não chega
Fico na interna refrega
De não saber quando chegará o dia
Da minha mais profunda alegria.


Nenhum comentário:

Postar um comentário