Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amizade


Nem desejo, nem sexo
Nada a mais em anexo
Apenas o gosto de estar junto
De saber da tua vida
De a ti demonstrar o quanto és querida
E louvar nossa amizade.
Nem homem ou mulher
Macho ou fêmea
Apenas uma linda pessoa
A quem você se afeiçoa
Sempre que aparece.
Vale mais tomar café
Cachaça, uísque ou cerveja
Sentados ao pé de uma mesa
Celebrando amor e afeto
Sem se preocupar com o claro do sol
Ou com a noite que chega a cada dia
Viver juntos a magia
De aproveitar cada segundo
Como se fosse o último do mundo.

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