Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Novenário

Entro pelo Skype
Vou direto ao Facebook
Nem de Personal Stylist
Consigo ver o teu look.
No ponta dos dedos as teclas
Touch Screnn do smartphone
Nem que use todas as mesclas
Consigo ver o teu nome.
Vejo-te nas ruas, em outdoors
Alucinadas imagens superpostas
Como se o real fosse Gounod
Avemarias, de joelhos, postas.
Bate o sentimento primário
Da saudade incontida
Ajoelhado rezo um novenário:
"Não saia da minha vida".
Em cada conta do rosário
Aperto um nó deste terço
Teu rosto é meu santo sudário
Nem de joelhos te esqueço.


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