Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Sexto sentido

Ao te sentir pela primeira vez
Foi um ato de extrema insensatez
A segunda foi ousadia
A terceira, pura alegria.
Na quarta vez já era sonho
De uma vida a dos, na quinta
Na sexta, um vazio medonho
Volto à primeira de forma distinta.
E arrisco-me na segunda rodada
Pois na terceira te quero amada
Na quarta, ansiedade aflita
Por tê-la de novo na quinta.
E que a sexta seja o recomeço
De uma vida feliz que mereço
Estar pra sempre ao teu lado
E viver como se fosse namorado.


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