Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 13 de dezembro de 2014

Cumplicidade

Nossos olhares se cruzam
Quase que se acusam
De tanto desejo reprimido
Revelado em um sorriso.
Que sai do canto dos lábios
Em meio há tanto sábios
Demonstras a simplicidade
De um amor que deixa saudade.
Até mesmo quando estamos
Um ao lado do outro
E sempre precisamos
Fingir que não nos amamos.
É nesse cumplicidade
Que se faz simplicidade
E sela pra sempre o nosso amor
Apesar de enfrentarmos a dor.



OBS: Post do dia 12/12/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário