No dia 30 de dezembro de 2020, às 16h55min, publiquei o poema "Tempero"
Tento fingir que não vejo
Chego a negar o desejo
Mas, é quase impossível
Resistir ao teu olhar incrível.
Como se as ondas do mar
Vivessem a te temperar
Difícil esquecer teu cheiro
Que fica no meu travesseiro.
E toma conta do meu corpo
Espalha um desejo louco
De a tua boca beijar:
O dia inteiro te amar.
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Foi meu último poema publicado. No dia 31 de dezembro de 2020 fui para a UTI, com a COVID-19. Fique 12 dias na UTI e 4 dias no hospital. Foram 16 dias e a decisão de não mais escrever nenhum dos Blogs. Na virada de 2023 para 2024, em Sena Madureira, peguei Chikungunya (Vírus CHICK-V). Foram 33 dias "de cama": cheguei a sentir saudades da UTI. Ganhei um reumatismo que pode durar de seis meses a dois anos: resolvi lutar e viver mais ainda enquanto tiver esta dádiva.
Ontem, na aula de redação (retomei os cursos de redação), em Jucuruçu, interior da Bahia, Extremo Sul, resolvi "brincar" com as palavras juntamente com os estudantes, em um exercício do curso. Nasceu "Dores". E retomei o "Em Toques".
Dores
Ausência
Falta a essência.
Sobram odores
Misturam-se às dores
A falta que me faz
O que não posso fazer.
Amores que não tive
Tuas dores que não sinto
Vivo em um labirinto
Alimentado pelo instinto.
Devoro a dor
Que me devora
Sem a jogar para fora.
O que está aprisionado
No peito
No passado
Nos passos mal-dados
Dados que não se jogam
Apenas me afogam
Nas mágoas de um passado
Que destrói o presente.
E dói! Como dói! Não saber lidar com as dores!
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