Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Confiança


É como você diz: dê-me 1 real
Mas não me dê confiança
Porque o sinal fica verde e avanço
A demonstrar toda a minha ousadia.
Faço de um mastro um poema
E da lona a poesia.
Que é estar e circo
Em cenas de amor e magia.
A cada toque um beijo novo
Em cada beijo, nova entrega
Quebro padrões, derrubo as regras
A demonstrar todo o desejo.
Sinto tua falta, quero teus beijos
Até o sono você me fez perder
Ao ver aquele quadro de Mona Lisa despojada
Mostras o quanto sabes se fazer desejada
Até quando finges assim não querer.

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