Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Insegurança

É melhor não estar perto
Quando a ti só faço mal
Se o que digo é tão funesto
E pareço um anormal.
Hoje só trago insegurança
Em lugar de esperança
Se antes era desejo sem fim
Hoje: ”não quero isso pra mim”.
Assim eu também não quero
Com o tudo que te venero
Se for para sempre te prejudicar
O melhor é me afastar.
Longe assim preservo
O tanto que ainda te quero
É melhor que eu me afaste
Pra evitar tanto desgaste.
E, assim, tentar manter
O melhor que tenho pra você:
É tanto amor, tão bonito:
Onde eu estiver: infinito.


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