Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Pálida pintura

Criei você na mente
Como um ser imponente
Linda e sem defeito
Dona de todo o meu peito.
Mas a tua postura
Te fez pálida pintura
Hoje até teu semblante
Se encontra muito distante.
Criei você sem defeito
Vivi para te adorar
A dor rasga meu peito
Há dias estou a chorar.
Lágrimas de decepção
Que cortam meu coração
Hoje somos pálidas figuras
A lutar contra a ruptura.
Rogo a Deus que me ilumine
Para curar tamanha ferida
Que eu contigo caminhe
E te ame por toda a vida.


Nenhum comentário:

Postar um comentário