Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 17 de abril de 2016

Teu beijo

Queria encontrar explicação
Para este fogo, este tesão
Que me embota o juízo
No que faço ou digo.
Basta eu fixar o olhar
Em ti começo a salivar
Sinto a força do desejo
E o gosto do teu beijo.
A me tomar a boca inteira
Chego a sentir tonteira
A tomar o corpo todo
Com o cheiro do teu gozo.
Ao descer em gotas, sorvo
Minha língua se encharca
O prazer que a ti devolvo
Em mim também se encaixa.



OBS: Post do dia 16/04/2016

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