Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 28 de janeiro de 2017

Devorado

Com os olhos você e come
Mas isso não me consome
Sinto-me é lisonjeado
Por ser assim, devorado.
Se você esta com fome
Tem mesmo de me comer
Isso não me faz menos homem
O que importa é o prazer.
Por ti, se for mastigado
Jamais sou assediado
Faça o que você quiser
Sou teu homem, minha mulher.
Não cairei na armadilha
Do assédio sexual
Prefiro a maravilha
Deste amor sensacional.
Devore-me, coma-me com gosto
Que nunca, nada será imposto
Vale o amor sem barreiras
Coma-me de qualquer maneira.


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