Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Assanhados

Eles são dois assanhados
Que pulam intumescidos
Basta eu estar ao lado:
Nem sussurro no ouvido.
Assim, são teus mamilos
Dois meninos atrevidos
Basta eu estar ao lado:
Eles ficam excitados.
E provocam um temporal
Pelo teu corpo inteiro
É quase um vendaval:
Chega a subir um cheiro.
Natural de uma mulher
Que está muito excitada
O corpo revela que me quer
Que adoras ser desejada.
Nossos corpos assanhados
Vibram de tanto tesão
No íntimo, estamos molhados
Na alma e no coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário