Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Anseios

Tenho muitos anseios

Que envolvem teus seios

Capazes de me excitar

Apenas no soslaio do olhar.

Quando vejo este colo

Muito desejo descolo

Nem consigo disfarçar

A vontade te amar.

Percebo que os biquinhos

Pulam só ao me ver

Sinto o gosto de vinhos

Na língua, ao te querer.

O corpo vibra com os seios

Que aumentam meus anseios

Da tua língua deliciosa

Da mulher mais gostosa.

Que já conheci na vida

Por TUDO, ainda mais querida

Vida minha, quero TUDO

Que sejas o meu mundo.

 

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