Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Covardia

A mim não me parece

Que seja questão de fé

Ou ainda de prece.

É apenas querer

E, então, decidir

O que se quer para si.

Negar o próprio corpo

Ou negar o outro

Tem jeito de covardia.

Medo de investir no novo

De enfrentar o povo

E ser feliz, um dia.

Diante da nossa covardia

Talvez, não te tenha um dia:

Triste sina, a minha!

 

Siga-me no Instagram @gilson_vieira_monteiro e tenha uma mensagem nova todo dia. É grátis!

NOVIDADES! PodCast Gilson Monteiro Em Toques! Ouça!

Canal no YouTube: Modo Poesia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário