Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Lorde

Espero que você acorde,

Para te receber feito um lorde

No entorno dos meus braços

Em um sublime abraço.

Que começa a se estender

É só o corpo estremecer

E o teu também reagir

Aos mamilos se erigir.

Finjo que não percebo

Durinhos, em meu dedo

Que, educado feito um lorde

Todo o teu corpo percorre.

Você, sem abrir os olhos

Apenas respira fundo

Percorro todos os poros

Do teu corpo em um segundo.

Descubro cada detalhe

Da tua intimidade

Motivo da minha saudade:

É o teu corpo que arde.

 

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