Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Duro


Sou feito de pedra, não sinto
Nem vergonha quando minto
Muito menos treme o rosto
Quando em ti provoco desgosto.
Meu amor de pouco vale
Tudo isso você sabe
Só o que ainda não entendo
É você continuar me querendo.
Fechei as portas para o amor
Vivo de eternas aventuras
E para não te machucar
Não deixarei que te iludas.
Conselho se fosse bom era vendido
Então deixarei apenas um alerta
Nunca se afaste deste teu amigo
Mas desse amor vê se te liberta.
Não quero que sofras por amor
Pois meu coração é impuro
Um bandido sedutor
Solto, a esmo, pelo mundo.

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