Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Superação

Tento me livrar da saudade
Mas tua falta é a maior aflição
Não terei, eu, a liberdade
De te amar com inteira paixão?
Ou os meus dias serão de castigo
Do pecado de não tê-la comigo
A conter sempre todo o tesão
Pra viver em eterna superação?
Se o for, que assim seja para o todo
O sempre e até mais uns dias
Que possamos usufruir do gozo
Dos momentos de intensas alegrias.
Eu supero, tu superas, superamos
Pela força do que juntos sentimos
Se um do outro nos alimentamos
É honesto, pois, jamais fingimos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário