Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Viver de saudade

Tem quem morra de saudade
Do meu lado, vivo.
Porque a tua saudade
É o que alimenta e dá sentido.
A uma vida que antes
Pra existir sentido não havia
Ânsia e busca andavam juntas
Você, pra mim, não existia.
Hoje tua falta me adoece
Mais doente ainda fico
Se penso que você me esquece
Até morrer não faz sentido.
Lembro-me, então, do teu sorriso
De um caminhar inesquecível
Tua lembrança é o que preciso
Pra me tornar indestrutível
Tão forte quanto o nosso amor.

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