Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Bestial

A água que toca o solo
Não me serve de consolo
Se está longe daqui
E vivo a pensar em ti.
Sozinho o meu corpo exploro
A ti imaginar jogada no solo
Como se fosse um animal
Meu instinto é bestial.
É de querer comê-la
Em pedaços ou inteira
Sem uma gota de fastio
Feito animal no cio.
Quero rasgar tua alma
Deixar marcas no teu corpo
Arranhar a tua calma
Assustá-la feito um louco.
Que o meu cio não te espante
Meu amor por ti é gigante
Mais que a mim eu te amo
Acima de qualquer desengano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário