Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Entorpecidos

Ao te tocar me acostumei
Com as carícias da tua pele
Adolescente, jovem, imberbe
Em tudo de ti me apeguei.
Sorriso de mel, doce desejo
Sou teu em cada ensejo
Nossas entregas indizíveis
Fantasias mais incríveis.
Que se mostram irreais
Quanto mais a gente faz
Sonhos, irreais fantasias
Pleno gozo, vários dias.
Tão intenso que às vezes
Parece que nunca houve
Embora sempre tenha havido
E fiquemos entorpecidos.


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