Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Fantasias

Deixo-me encantar pelos teus olhos
Por este jeito de me dizer sorrindo
Que o teu amor é e sair pelos poros
Aos poucos vai me atingido.
Com raios de desejos intensos
Nascidos de um amor imenso
Que se supera a cada dia
E nos provoca novas fantasias.
Sonhos parecem ser reais
Encontros quase sobrenaturais
Tudo o que a gente viveu
Parece que não aconteceu.
É mais real que a realidade
Nos embevece de saudade
Perdemos a cabeça e os sentidos
Somos dois seres sem juízo.


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