Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 5 de agosto de 2017

Sonhar

Talvez a melhor forma de viver
Seja não se deixar fenecer
E estar aberto ao amor
Sem medo de sentir dor.
Olhar para trás e perceber
Quão maravilhosa é você
E aproveitar o presente
Para ver um futuro diferente.
Ainda que não seja ao teu lado
Meus olhos fixos no passado
Serão mais que suficiente
Para acreditar, olhar para a frente.
Pensar que aquele azul
Pintado nos mares do Sul
Embalam sonhos na rede
Você matará minha sede.
De ter você desse jeito
A se embalar ao meu lado
Encostada no meu peito:
Relembramos o passado.


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