Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 6 de janeiro de 2018

Afronta

Ainda que eu não te tenha
E a mente esteja prenha
Por aquela saudade maluca
Que hoje ainda me encuca.
E me tira do sério
Quanto mais te quero
Mais a ti desejo
E sonho com o beijo.
Que trocamos um dia
Na mais linda alegria
E no mais puro ardor
Daquele intenso calor.
Que de nós tomou conta
E me causa afronta
Pois vivo a te desejar
E a querer te amar.
Morder os suaves pelos
Da tua pele e do cabelo
Sem jamais querer parar
Só para poder te amar.


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