Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Dos deuses

Os deuses recebem com sorrisos
Aquela minha penca de pedidos
São muitos, mas, um não é caro
Quero repetir aquele momento raro.
Quando deslizei a mão no sei esquerdo
E os lábios colaram nos teus
Trêmulos estávamos de medo
Aquilo não parecia coisa de Deus.
Ora, se os deuses no uniram
Como poderia ser pecado?
Beijar teu corpo passo a passo
Em urros que nos consumiram.
Quando a mão tocou tua intimidade
Aquelas gotas de lubrificação
Indicaram que seria a eternidade
O destino desta louca paixão.
E me entreguei aos teus gemidos
Trocamos sussurros nos ouvidos
E foi tamanha a vibração
Ao provarmos o divino tesão.
Gozamos uma, duas, mil vezes
Sim, TUDO era dos deuses
Tanto que lembramos de TUDO
Até na hora da prece.


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