Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Aceso


Às vezes ao acordar
Estou louco pra te amar
Levanto, corpo aceso
TUDO fica mais teso.
O sangue pulsa e ferve
Tem destino garantido
O que dormiu como pele
Acorda bem mais fornido.
Levanto e ele está de pé
Quer TUDO desta mulher
É como se tivesse vida
Própria em ti, querida.
É lindo lembrar dos lábios
A descer por ele inteiro
Gozo em assobios
Quando mordes um cabelo.
E desces até chegar
Nunca pude imaginar
Tua língua, que prazer
Chego a enlouquecer.


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