Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 22 de julho de 2018

Iludido


Pareço ter você
Ë só uma ilusão
É intenso o querer
Mas morre o tesão.
Você me esqueceu
Nem lembra que existo
TUDO o que era meu
Virou um monte de lixo.
Lixo é como sou
E como tenho sentido
Se acabou o amor
Mantenho-me iludido.
Você finge que me quer
Mas não demonstra nada
Vivo sem mulher
Sigo minha estrada.
Como se tivesse você
Porém, sem nunca ter
O que me mantém vivo
É este sentimento ativo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário