Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Arredia


Teu corpo despido
Você tímida
Arredia
Dos meus toques fugia.
A respiração
Os mamilos intumescidos
A revelação:
Você me queria.
Acaricie teu rosto
Incrédulo
Eu também te queria:
Tudo era magia.
Nossos lábios se tocaram
Era o beijo mais esperado
Quase perdemos nossas línguas
Um para o outro.
Baixei a alça da camisola
Teu peito ficou para fora
Da boca, fui direto ao mamilo
Ouvi teu gemido, teu grito.
Mordi, você implorou, excitada
“Não morde, devagar!”
Minha mão, tua vulva tocava,
Começamos a nos entregar.
E você a apertava
As pernas queimavam
O clitóris em chamas
Ao meu toque vibrava.
Vibravamos!
Gozavamos!
Gozamos!
Ainda lembro você: arredia!


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