Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Súplica


Elevo-me até a altura
Daquilo que dá loucura
Só aos joelhos irei
E nada mais subirei.
Você pode até suplicar
E minha cabeça elevar
Sei que nem olharei
Muito menos te sugarei.
A vontade é grande
O grande lábio se expande
Tua respiração ofegante
Faz que eu pareça gigante.
Porém, não caio na tentação
De sugar este teu vulcão
Que se abre para mim
Como flor de jasmim.
E você me suplica
A boca seca fica
O teu gosto de mulher
Minha garganta quer.


Nenhum comentário:

Postar um comentário