Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Moldes


Padrões não devem ditar o que sou
Pois a surpresa é que rege a vida
Esse acúmulo de bactérias e células
Que faz da incerteza a única certeza.
A mim pouco importam os paradigmas
Nem qualquer forma ou padrão
Minha vida não é HD
Para só funcionar com formatação.
Sou livre, assim quero ficar
Para sofrer ou amar
Para me prender ou me soltar.
Fujo de compromissos
E coisas repetitivas.
Dos argumentos e padrões
Que amoldam ilusões.
Não quero formatos nem formas
Muito menos o que me deforma.
Quero evoluir pelo espaço
Dar voltas nas nuvens, encontrar planetas
Estar livre sempre, preso nos teus braços
Fugir logo em seguida no rabo de um cometa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário