Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

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Se me segues eu te sigo
Se não me segues te elimino
Na tecla delete exerço
Meu poder quase divino.
Minha indelével intolerância
Traveste-se de arrogância
Pra eliminar quem não me segue.
E deletar quem eu não sigo.
Isso não é liberdade
É chantagem digital.
Vale a máxima de São Francisco
Nesse mundo virtual
É dando que se recebe
Só não pode pra político
Faça tudo o que eu digo
Só não faça o que critico
Porque se não, não te sigo.

Um comentário:

  1. O começo desse poema me faz lembrar a música "Ritual da Vida": Tú me suplicas, eu te imploro, tú me sustentas, eu te devoro

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