Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

À noite


A ti espero, em casa, hoje à noite
Para me tomar nos braços, em açoite
E às nuvens a mim levar
Para que eu descubra em deleite
E inteiramente aceite
As delícias de a ti me entregar.
Não espero que sejas tímido
Nem que ajas como um menino
Quero esse macho, essa fera
Que a minha mente degenera.
Não quero saber de sensatez
Nem do que é certo ou errado
Só quero viver essa loucura
De tê-lo sempre ao meu lado.
Homem, amante, companheiro
Quem me toma por inteiro
Na cama, no chão ou no sofá
A mim só me importa te amar.
Insaciáveis na entrega, infindáveis no desejo
Completamente loucos no todo
A madrugada chega com o deleite
De estarmos juntos após o gozo.
Agarradinhos a descansar
Depois da lúdica noite de encanto
Somos incapazes de virar
Cada um para o seu canto.
Acordar ao teu lado
Encostada no teu peito
É tudo o que quero da vida
Esse é meu sonho, é meu jeito.
De te amar por inteiro
Até quando não te tenha perto
Por isso, às vezes, acordo como hoje
Colada ao meu travesseiro.

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