Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

terça-feira, 22 de julho de 2014

Redenção

Quando o poço parece não ter mais fundo
E a dores e mazelas do mundo
Sugam quase todas as energias
Precisas da minha companhia.
Não só você, mas um amigo
Cujo problema do filho
Torna pequeno o que enfrentamos
Neste mundo de angústia e desenganos.
Não tenho saída, preciso ser forte
Para poder te amparar
Do fundo da alma, por sorte
Encontro forças pra te ajudar.
E não sair do teu lado
Ser parceiro e companheiro
A força do amar e ser amado
Não se mede em dinheiro.
Por amor até me supero
Demonstro o quanto te venero
Arranco tudo o que insiste
Em ainda me deixar triste.
E vejo das cinzas no chão
Toda a nossa redenção
E se me diriges um sorriso
Redescubro o paraíso.


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