Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

sábado, 19 de março de 2016

Primeira vez

Foi um simples abraço
Muito longe de um amasso
Braços ternos entrelaçados
Saí completamente encantado.
Ainda assim jamais acreditei
Que você fosse se apaixonar
Naquele dia mesmo te amei
Sem saber em o quê ia dar.
Jamais esqueci o teu sorriso
Teu corpo nem conseguir ver
Era como se um paraíso
Para mim fosse acontecer.
Quando teus seios suguei
Minha mão trêmula desci
Teus grandes lábios toquei
Corpo inteiro estremeci.
Gozos completos e bonitos
Intensos e infinitos
Nunca, jamais assim gozei
Desde o dia em que te amei.


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