Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Meu templo


Um dia terei o teu dorso
O teu colo, o teu corpo
Motivo de encantamento:
És linda, um monumento.
Não canso de admirar
Os teus seios empinados
Um encanto, chego a delirar
Ao te olhar apaixonado.
Imagino teus seios lindos,
As coxas a mim sorrindo
Desço ao limite do ventre
Chego a tua gruta quente.
Olhos a dançar enlouquecidos
Percorrem a imagem que crio
A mais linda e mais perfeita
Mulher por quem vivo à espreita.
De um dia, teu corpo tocar
Com a minha língua a deslizar
Da tua cabeça até o pé
Toco teu troféu de mulher.
No desenho por mim mais desejado
Prendo a cabeça enlouquecido
Sorvo todo o gozo escorrido:
Teu corpo é meu templo amado.
A ele contemplo embevecido
Perco a vergonha e o sentido
Descanso preso em tuas coxas
A saborear nossas delícias loucas.


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