Manaus dos anos 70. Era exatamente junho de 1978. Copa do Mundo da Argentina. Pela primeira vez eu tinha saído de Sena Madureira para passar o mês da Copa na casa da Tia Waldelina Bulbol.
Segunda-feira. Nenhum jogo da Copa, resolvo passear pela cidade. O Paulo Guedes não queria que eu saísse. Tinha medo que eu me perdesse. Lembrei-me a historieta do Joãozinho e Maria. Ele quebrava os galhos das árvores, na floresta, para não se perder. Saí da casa da Tia Waldelina, quase na esquina da Pedro Botelho com a Rua dos Andradas e subi pela Rua dos Andradas. Ia olhando as placas com o nome das ruas e algum prédio ou casarão, para tomar como referência, na hora de voltar. Peguei a Joaquim Nabuco, fui até a José Paranaguá e desci, à esquerda, em direção à Praça da Polícia, localizada em frente ao quartel da Polícia Militar do Amazonas. Atravessei a praça e fui para na famosa (para nós lá do Acre) Avenida Sete de Setembro. Desci tranqüilo, passei em frente ao Líder Hotel e, quando levantei os olhos, vi um assaltante encostar a arma nas costas de um velhinho e dizer:
- Isso é um assalto. Passa as jóia e o dinheiro. Qualquer reação e eu te mato.
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