Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Traição

Verde
Sonho
Pesadelo
Traição
Transamazônica
Transa louca
Do poder
Com a ilusão.
Ouro!
Ouro!
Louro
Nordestino
Meninos
Iludidos.
País
Esse
Ninguém segura!
Nem precisa.
Brasil!
Berço
Morada
Sonho
Estrada
Leva ao céu
Só chega ao inferno.
Lavradores
Lavam as dores
Ilusões
Golpe
Atoleiros
Espadas
Terçados
Carros
Cavalos
Canhões.
Caminhões!
Que ciclo
Triciclo
De ilusões.
A estrada que leva ao céu
É a mesma que chega ao inferno.

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