Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

segunda-feira, 26 de março de 2012

Coragem



Falta força para não sair ferido
Nem ferir ninguém quando o que decido
Faz fendas, furos, força um futuro
Que nem sempre é o que foi combinado.
Sofro mas não quero que sofras
Se estiver junto a mim
Ou longe, no passado.
Corto a viseira desse sentimento
Parto pros teu braços num cavalo alado.
Nessa pradaria jogo rosas ao vento
Desço do meu potro desequilibrado
Sinto nos teus olhos tristeza e dor
De um sonho de amor esfacelado
Pela covardia de querer de longe
Mas nunca largar tudo e ficar ao meu lado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário