Tempestade de ideias

Lia Ernst Hans Gombrich. Encantado com Leonardo da Vinci, ao anoitecer de uma tarde amazônica. Absorto. Os olhos em “Estudos anatômicos”, laringe e perna, de 1510. Quanta perfeição! Pura arte e anatomia nunca vistas. A última ceia. Mona Lisa. Os olhos deslizam das páginas. À esquerda. Clarões, nuvens, luzes. Sinalizadores do pássaro de aço que da Vinci idealizara. Os olhos voltam-se para as páginas. Mona Lisa. Uma força me impele a erguer os olhos. Duas mãos estendidas por sobre a poltrona 10A chegam a me assustar. O sinal da presença humana tirou-me dos momentos de transe total nos quais vivia cada detalhe de Gombrich sobre da Vinci. A respiração oscilou o ritmo. Um rosto de menina surge entre aquelas mãos, na altura dos cotovelos, lança-me um sorriso terno, infantil e diz; “Tio, porque o senhor deixa aquilo aberto?” e dirige o braço direito para a janela da poltrona 11A na qual eu estava sentado. “É para olhar a nuvens e curtir essa sensação de liberdade”. Sorri. Ela sorriu. “Tomei um susto com as suas mãos”. Ela abriu ainda mais o sorriso. CONTINUA!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Sem sentido


Não consigo nem pensar
Em ficar longe de você
Alguns minutos sem te ver
Deixam uma saudade de matar.
Minha vida só faz sentido
Se estiveres ao meu lado
O coração fica partido
Se penso que és passado.
A vida estava quieta
Tudo tão bem arrumado
Surges e me inquieta
Deixas meu coração abalado.
Respiro descontrolada
Quando surges em minha frente
Sou uma mulher apaixonada
Estás grudado em minha mente.
Se fico um dia sem te ver
É como se fosse uma eternidade
Como conseguirei sobreviver
Sentindo tanta saudade?
Não há sentido na vida
Sem ter a tua presença
Abre-se no peito uma ferida
Cada vez que te ausentas.
Perco o brilho dos olhos
Não sei mais o que é sorriso
Dentro do peito, choro
Quando não estás comigo.

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